A Menina Que Brincava Com Fogo #Resenha


Segundo livro de Stieg Larsson

Neste segundo livro da trilogia Millennium, grande sucesso de vendas da Suécia e de vários outros países, A Menina que Brincava com Fogo retrata um triplo homicídio desencadeado a partir de uma denúncia prestes a ser divulgada pela Revista Millennium. Esta notícia explosiva se refere ao tráfico internacional de mulheres, crime que envolve personagens ilustres da sociedade sueca, tais como policiais de alta hierarquia, jornalistas famosos e membros de destaque do sistema judiciário.
Antes que os fatos venham à tona, porém, os responsáveis pela revelação bombástica são encontrados mortos: um profissional da imprensa e uma especialista em criminologia. Além deles, o tutor de Lisbeth é igualmente assassinado. Todas as mortes foram perpetradas com a mesma arma – um Colt 45 Magnum -, e nos corpos estão impressas idênticas marcas digitais, justamente as da protagonista.

Injustamente acusada, ela foge e aguarda a hora certa para se defender das acusações. Embora ela pareça, a princípio, uma daquelas heroínas de narrativas românticas, delicada e dependente da proteção masculina, é uma jovem persistente, corajosa, astuciosa, hábil na esfera da pirataria virtual e nas estratégias do exercício do pugilato. Ela tem a percepção exata de quando deve partir para cima do adversário, no instante em que se sente presa contra a parede.

Esta é uma prova de que as aparências enganam, e muito, na obra de Larsson. Mikael Blomkvist é outro personagem que se assemelha a um mero jornalista à procura do tão sonhado furo jornalístico, mas na verdade é um investigador obcecado com a ideia de desvendar os delitos sombrios cometidos nos bastidores da elite sueca.

Ele é amigo de Lisbeth e deve a ela a própria vida e uma ajuda inestimável na resolução de outra história complicada. A garota tem uma memória fotográfica incomum e um dom fantástico para lidar com os números, além de ser um gênio no universo da Informática, mas traz consigo um enigmático trauma adquirido em sua adolescência.

Agora os crimes cometidos parecem trazer de volta este passado que ela deseja tanto enterrar, e que inclui uma internação numa clínica psiquiátrica aos 12 anos e uma declaração de incapacidade jurídica aos 18. O papel da mídia na crucificação da imagem de Lisbeth tem um lugar de destaque no enredo dinâmico e repleto de personagens coadjuvantes que sabem igualmente como cativar o leitor. Não poderia, aliás, ser diferente, uma vez que o autor atuou profissionalmente no campo do jornalismo, e conhece muito bem seu lado sombrio.

A trama é uma corrida de Mikael contra o tempo; ele precisa desesperadamente encontrar a amiga, por mais independente e valente que ela seja. O desfecho da história pode ser trágico se a jovem for apanhada antes pela polícia ou pelos verdadeiros criminosos.

Este livro é uma sequência de Os Homens que não Amavam as Mulheres; é ideal para os fãs de narrativas policiais com um ar ‘noir’, tramas conspiratórias e outros elementos típicos das histórias de criminosos. São realmente histórias de tirar o fôlego. O leitor não consegue deixar a leitura de lado até chegar à última linha.

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