As Vantagens de Ser Invisível #Crítica


Quais vantagens?

No original The Perks of Being a Wallflower, Perks pode até ser vantagens, mas Wallflower não significa invisível.
Wallflower em inglês é aquele cara, aquela pessoa que prefere observar ao invés de participar, uma informação faz sentido no decorrer das cartas. Cartas sim, porque o livro se passa todo dentro de cartas que o Charles envia para uma pessoa desconhecida, que é eu, você leitor. Não sabemos onde ele mora, não sabemos se o que ele esta dizendo é inteiramente real até porque como quem vai ler, percebera, Charles tem alguns problemas psiquiátricos.

Mas não são cartas sobre loucura, são cartas sobre sensibilidade, sobre empatia, sobre como é confuso analisar racionalmente as nossas interações sociais cotidianas.

Charles esta começando o ensino médio tem entre quinze e dezesseis anos e esta com medo. Ele esta com medo porque ele não sabe o que fazer além de observar, além de ser invisível... até o nome em português até que não ficou tão ruim.

Poderiam rever pelo menos a tradução de Perks, pois, que vantagens são essas que o Charlie tem? Eu acabei o livro e não sei que vantagens são essas. Talvez fosse melhor enxergar Perks como benefícios, porque existem realmente alguns benefícios que são tratados, mas que não são exatamente vantagens. Provavelmente nem todas as pessoas vão entender essa leitura da mesma maneira que eu, porque narrativamente ela não tem tanto proposito. São cartas do Charlie contando como foi o primeiro ano do ensino médio dele, as amizades que fez, as experiências que teve, as descobertas da adolescência.

E não adianta reclamar que eu não contei nada da história, na verdade, eu contei tudo sobre a história. Eu só me recuso a contar os conteúdos das cartas, até porque as cartas são... e não são, todo o livro.

Inclusive eu estou escrevendo essa resenha antes de assistir o filme, que é o motivo pelo qual esse livro de 1999, trazido ao Brasil em 2007 estar tão falado agora. Tenho uma mania terrível de misturar tudo, pegar as melhores partes de cada um e montar uma obra em minha cabeça. Por isso eu queria passar pra vocês a experiência do livro. Inclusive eu acho que essa obra não é lá muito cinematográfica, porque a historia na verdade se passa toda dentro da nossa cabeça. Quando nós viramos aquele personagem misterioso, aquele que recebe as cartas do Charlie, mas nunca aparece. Por isso o filme pode ser aquilo que passou na cabeça do diretor, do roteirista, enquanto personagens... mas nunca vai ser uma adaptação realmente fiel.

A edição brasileira não é lá aquelas coisas, a tradução é legível, mas tem tantos erros de pontuação, frases truncadas e repetições desnecessárias de palavras, que eu acho que já passou da hora de ter uma nova revisão. Infelizmente é a única opção pra quem não entendi inglês.

Fiquei pensando em como eu ia avaliar esse livro, mas eu prefiro dar a nota da maneira como eu vou me lembra da leitura, então eu daria pra ele 5/5 e recomendo-o fortemente.

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