Anjos e Demônios #Resenha


O Fenomeno de D. Brown

Introdução

“Anjos e Demônios” é um livro que retrata o possível retorno da seita satânica dos Illuminati, cuja simbologia deve ser desvendada por Robert Langdon, a personagem principal, e Vittoria, bio-física do renomado CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), a fim de evitar o colapso do Vaticano.

Estrutura

A obra é muito bem ambientada. Contendo mapas para melhor visualização dos marcos citados e descrições fiéis dos mesmos, o livro traz a possibilidade de que os cenários sejam vistos com fidelidade pelo público da maneira que são e pelo ângulo que se deseja. A divisão em capítulos é milimetricamente pensada. Alguns capítulos mais curtos, outros mais longos, mas todos com o mesmo intuito: encerrar o bloco com a sensação de “faltar algo”, fomentando, assim, a vontade do leitor de prosseguir à história. Mesmo contando com 464 páginas, em nenhum momento o livro é cansativo. Começa cálido – perto dos acontecimentos que se sucederão depois – e vai se acelerando, se aquecendo, criando um clímax que, por mais incrível que pareça, se sucede diversas vezes durante a história.

Análise

O livro, de um modo geral ou específico, é uma grande leitura, já que suas qualidades superam os defeitos em muitos termos. O perfeito segredo por trás de Janus e do Hassassin permite que a história chegue a patamares aparentemente absurdos. A “troca de lado”,quando o mocinho vira bandido e vice-versa, que por diversas vezes acontece, é o ápice do livro. “Ninguém é totalmente Anjo, nem totalmente demônio”. Quem poderia imaginar que um membro da Igreja matara o papa e outros quatro cardeais em nome da Instituição, trazendo à tona um medo há muito esquecido, os Illuminati? O CERN, uma instituição científica renomada que há muito desprezava os manifestos da Igreja, seria o reduto mais lógico para os Illuminati. E então, há um redemoinho onde o camerlengo é o herói, o Hassassin e Olivetti são os vilões, posição posteriormente ocupada por Kohler e seu fiel cúmplice Rocher. Numa interpretação digna de Oscar, o Camerlengo finge ter recebido a informação divina. Reaparece, depois do helicóptero ser desintegrado, vivo, em cima da catedral. Então Robert sobrevive e você desconfia. Será que o homem santo é tudo isso? E descobre junto com Robert a farsa. E os papéis se invertem outra vez. É difícil não ficar atônito com tanta mudança dos fatos. Ora, isso tudo aconteceu num único dia! O tempo, inclusive, foi um fator altamente respeitado dentro da obra.
Como se sabe, nem tudo é exclusivamente divino. Alguns detalhes, apesar de não comprometerem a leitura, poderiam ter sido melhor explorados ou suprimidos. Por exemplo, o fato do camerlengo ser filho do Papa é muito previsível. Um bispo aparece para cuidar de um menino que aparentemente não tem nada a ver com ele, e sempre o tem junto dele. Então, o camerlengo descobre que o homem tivera um filho. Quem mais poderia ser além do camerlengo? Além das expressões do Papa ao revelar o segredo não deixarem transparecer dúvidas. Então, o que era pra ser uma revelação estarrecedora, passa despercebida na história. Torna-se apenas um gancho para que o espiral de fogo aconteça.
Outro ponto a ser considerado é a repentina mudança de espírito nas personagens Glick e Macri. Em um primeiro momento, era Glick o destemido repórter a transgredir todas as regras da BBC e fazer uma transmissão que renderia os grandes louros à sua carreira, e Macri era a cinegrafista contida. Durante o livro, Glick vai ficando cada vez mais ousado, e Macri apenas vai acompanhando, com um fio de esperança. Então, durante a visão do camerlengo, os papéis mudam – Glick fica misteriosamente amedrontado e Macri se torna a ousada cinegrafista – um recurso usado para justificar a luminosidade no recinto pela luz da câmera. Ainda assim, é um ponto controverso.

Recomendações

Anjos e Demônios é um livro que vai prender sua atenção com certeza – e trazer um tipo de conhecimento com que você não tenha muito contato, talvez. Simbologia pura – reconhecimento de vários símbolos maçons, Illuminatus, católicos, pagãos, e a história por trás dos símbolos é quase um capítulo à parte do livro. Conhecimentos arquitetônicos, artísticos, literários, geográficos, históricos, matemáticos, lingüísticos são alguns dos que aparecem no livro. É quase uma aula, porém com a adrenalina de um mistério. Muito recomendado.



O Autor

Dan Brown é um escritor norte-americano casado com a pintora e historiadora de arte Blythe, que colabora para as pesquisas de seus livros. Ele mora em New England, nos Estados Unidos. No início de 2004, todos os seus quatro livros - O Código Da Vinci, Anjos e Demônios, Fortaleza Digital e Deception Point - estiveram ao mesmo tempo na lista de mais vendidos do The New York Times

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